Uma pedra à base da mistura da pasta de cocaína com bicarbonato de sódio e outras substâncias tóxicas é fumada em cachimbo improvisado. Após ser aquecida em temperatura média de 95ºC, passa do estado sólido ao de vapor. A fumaça inalada age rapidamente no corpo, aliviando a extrema necessidade do dependente químico. Assim é o crack: potente e devastador. Entenda como esta droga age no organismo:
A entrada
A fumaça é aspirada e chega aos pulmões. Pelos alvéolos, a droga passa para a corrente sanguínea.
No cérebro
A droga age nos espaços entre os neurônios (sinapses) e ativa e potencializa quimicamente o sistema de recompensa, responsável pelos instintos de sobrevivência.
Nesse espaço, o crack faz com que os mensageiros das sensações de prazer, bem-estar e alerta (neurotransmissores) permaneçam por mais tempo transmitindo o recado.
Quando o efeito passa, a ação dos neurotransmissores cai. A euforia termina e o usuário sente uma vontade incontrolável de se drogas novamente.
Da cabeça aos pés
A circulação sanguínea leva o crack a todos os órgãos do corpo. A droga é metabolizada no fígado, passa pelos rins e eliminada na urina.
Consequências
Coração
O crack eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca. Há risco de convulsão, infarto e isquemias.
Pulmões
Ruptura dos alvéolos pulmonares, dores no peito, falta de ar, tosse sanguinolenta, edema e necrose.
Cérebro
Desregula circuitos de neurônios, reduz o oxigênio, principalmente na região frontal – responsável pelo pensamento, raciocínio, planejamento e controle de impulsos – e agrava quadros psicóticos (com presença de delírios e/ou alucinações).
Mucosas
Uso crônico pode provocar danos na mucosa natal e até o desenvolvimento de ulcerações ou perfuração do septo nasal.
Pele
Envelhece, enruga e resseca. Os fumantes apresentam lesões enegrecidas nas palmas das mãos e dos dedos por causa das queimaduras.
Outras consequências
Aumento da temperatura corpórea, sudorese, tremor de extremidades, espasmos musculares e dilatação das pupilas.